Thursday, May 25, 2006

Correia do Alternador


Hoje partiu-se a correia do alternador do meu leãozito... Vinha eu para o trabalho (não vinha muito alegre, mas eram 08h20, o que é que se podia esperar?), e quando olho para o painel do carro, vejo acender-se a luz da bateria... Pensei "Olha esta, foi-se abaixo, queres ver que toquei na chave com o joelho?!?!" - não se riam, já aconteceu uma ou duas vezes, um tipo fica a dançar ao som da Antena 3 e quando dá por isso, trás, joelhada na chave... Mas não, nada disso, ia a trabalhar lindamente, mas com a sacana da luzinha vermelha acesa... Ou seja, sintoma muito forte de que ou se foi a correia do alternador, ou o próprio alternador... Continuei, já agora não ia parar feito parvo no Auto-estrada, decidi parar só lá na empresa...
E assim fui, preocupado, a notar que de repente a direcção se parecia mais com a de uma Bedford de 32 ton do longínquo ano de 1975, em que se tem de comer um bife cada vez que se quer rodar 1/4 do volante... Por outras palavras, a direcção assistida foi-se! Mas cheguei. Cheguei, deixei o carro virado com o focinho para fora, caso seja preciso dar um encosto à bateria com cabos, desliguei e abri o capot. Primeiro sítio a observar: Correia do alternador... Para quem não sabe, o alternador é que carrega a bateria, para podermos ter todas as coisas eléctricas a funcionar... Como o motor de arranque! Bem, lá apontei olhos ao bicho. Diagnóstico, correia partida. Solução? Ooops, isso agora. Bem, pelo menos descobri o que era, o que foi fraca satisfação... Melhor opção? Call dad. E foi o que fiz. Em conversa com a "voz da experiência e conhecimento superior adquirido ao longo dos anos" gerou-se a dúvida se a famosa correia também daria movimento à bomba de água, o que poderia fazer o motor gripar... Face à desilusão de nenhum dos dois poder afirmar com certeza que não, relegámos o assunto para o mecânico do bicho, que foi posteriormente consultado... Isto de dar palpites é muito engraçado, mas se a questão pode ser séria, há que consultar os profissionais! Felizmente, o profissional concordou e diz que o animal pode ir a andar para casa, desde que não precise de ir de luzes acesas. (Dahhhhh).
Entretanto, já eu tinha também descoberto na net que podia (é espantoso o que se consegue descobrir no google se acertarmos nas keywords), o que implica que, desde que o leão ruja logo à tarde, dará para ir até casa, desde que o motor nunca se desligue, pois a bateria só deve ter carga para mais um arranque... Se não rugir, há que ir à procura de alguém com cabos, ou de uma descida porreira (eu sinceramente, prefiro os cabos. Tou a ficar velho, e é suposto ser o carro a fazer a força para me levar a algum lado e não o contrário).
E o que resulta desta lição de mecânica? Que se virem um Peugeot branco encostado na berma da estrada e se tiverem aqueles cabos da bateria no carro, parem e dêem uma ajuda. A gerência agradece!
Na realidade, cá para mim, isto é tudo medo da água. Medo da água? Sim, medo da água. É que o sacana anda mesmo sujo. Já não se percebe se é branco ou se é malhado. Tem mais cadáveres de mosquitos naquela frente que um filme do Arnold Scharzenegger tem tiros (isto nos filmes de acção, aqueles mais apaneleirados que são para rir não têm tiros, têm só o sotaque esquisito). Os vidros só são transparentes até onde chegam os limpa-párabrisas... E tendo isso em conta, eu tinha decidido que hoje lhe ia dar uma banhoca quando chegasse a casa. E disse isso em voz alta antes de sair de casa hoje de manhã: "Aproveita para te sujares mais um bocado que logo à noite vais ao banho". E não é que o bicho se revoltou e arranjou esta escapatória? Deve ser medo da água, de certeza!

Friday, May 12, 2006

Saúde e Cia.

Para aqueles que não o sabem, sempre fui bastante amigo de petiscadas, jantaradas e afins. O que, tendo em conta o historial médico da família, nunca me fez sentir muito seguro quanto ao famoso COLESTEROL. (Também tratado pelos amigos como CASTROL GTX, óleo milagroso que levou muitas artérias à loucura).
Ora tendo em conta que estou a atingir uma idade em que devia começar a ganhar algum juízo (ei, só algum, nada de exageros) e cuidar da minha saúde, resolvi aproveitar esta semana a oportunidade de medir o colesterol numa acção que houve aqui na fábrica. Esta acção, patrocinada por diversas marcas que alegam terem produtos que contribuem para regularizar a tensão, o nível de colesterol e para ajudar a perder peso, consistia em medirem a tensão arterial a um indivíduo, picarem-lhe o dedo e sacarem do sangue o valorzito do colesterol e uma ida à balança, acompanhada de uma fita métrica para medir a barriga... Este vosso amigo, cheio de coragem, resolveu aventurar-se...
Lembro-me perfeitamente, agora que tudo passou... Eram quase 17h. Soprava uma brisa vinda de Oeste. Derrubou um dos painéis publicitários. As senhoras estavam à mesa, com as suas batas brancas, com um ar de quem nos poderia der o veredicto de morte. Eu fui primeiro. Dirigi-me à mesa e perguntei por onde é que começávamos... Disseram-me que pela tensão arterial. Disponibilizei o meu braço direito. A senhora perguntou-me logo, "E porque não o esquerdo? É que eu nisto de medir a tensão sou mais da esquerda...". Anui e troquei o braço. Na realidade, não sei porquê tanta coisa. Quem mediu foi um aparelhómetro automático, e ele não tinha olhos para ver se era o braço esquerdo ou o direito. Aliás, o sacana do aparelhómetro apertou-me o braço com tanta força que até eu ia ficando sem olhos, mais um pouco e saltavam fora das órbitas! Bem, com tanta coisa lá acabou por aparecer o resultado no display: Máxima 13, mínima 7, pulsações 92 (pudera, com o medo de que aquilo me fosse apertar até me partir o braço até o coração bateu mais depressa!). Veredicto, tensão espectacular. Espectacular, foi a palavra que ela usou! Sim, senhor. Fiquei orgulhoso.
Depois da tensão, a ida à balança e o preenchimento do inquérito... Lá preenchi, aldrabando o menos possível e confessando a minha atracção por batatas fritas e presunto... Depois a balança. Subi, tremi, e angustiei. O veredicto? Não vos vou dizer. Por uma questão de direito à privacidade, mais nada. Mas estava dentro do esperado. No final, a fitinha à volta da barriga. Novamente, o valor vai permanecer secreto. Mas o tipo disse que estava tudo normal, o que considerei um bom sinal. Ofereceu-me a porcaria de uma pirâmide de papel com uns conselhos e publicidade. Chulo.
Finalmente, a parte dramática. O colesterol. Pensei em valores prováveis. 220. (O limite é 190). 220. 230. Arrependi-me da última viagem à Mealhada para ir comer um leitãozito... Pensei naquela última alheira frita que apareceu no refeitório... Por fim, resolvi-me a encarar a realidade e deixei que a rapariga me picasse o dedo e me espremesse o maldito até que o sangue, de um vermelho vivo e lindo, aparecesse à superfície. Meteu uma gotita na máquina, e lá me deu o resultado. Senti o pulso a acelerar à medida que a contagem decrescente do ecran da máquina se ia aproximando de zero. 4, 3, 2, 1, 0... Resultado: 158. Sim, meus amigos, 158. 158. Sou uma vergonha para a minha família... Nunca ninguém teve um valor abaixo dos 185 na minha família! Tenho de lutar para ser um deles... Vou afogar-me em batatas fritas e hamburgers até isto chegar a valores razoáveis... Ou então, então não. Vou ali comer uma saladita. Se calhar é melhor...